Meia-noite. Você vê a rua pela janela. Ou acha que vê. Se tivesse olhado direito, perceberia, ali na esquina, alguém tentando ter o celular de alguém, sorrateiramente. Se você tivesse olhado embaixo daquela árvore ali, veria um rapaz observando um menino que fazia cálculos em seu caderno, enquanto esperava seu ônibus no ponto, junto de seu skate, silencioso. Se você tivesse olhado atenciosamente, veria aquele gato andando pra lá e pra cá, miando para a Lua, quieto em seus passos e pulos. Teria visto também, um pouquinho mais lá atrás, um casal que se despedia, sem muitas palavras. Se você tivesse notado, veria as pessoas nas janelas de outros prédios, espionando o que também consideram ser a solidão da meia-noite. Sem perceber que a noite é tão cheia quanto o dia, só que muda.
terça-feira, 8 de março de 2011
Olhando pela noite
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