sábado, 29 de setembro de 2012

novos blogs!

a janela abrindo outras janelinhas pra vocês aproveitarem a vista. dêem uma olhada! :)



aproveitem, sigam, comentem, divulguem e tudo mais!
mil beijos!

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Não sei se sou mocinho ou bandido
Mas quando surge o perigo
Padres matam feridos por um pedaço de pão.
Será que sim ou que não?
A indecisão corrói-me os sentidos
Mas, entregue aos perigos
Entre moços e bandidos
Desculpem-me os feridos,
Mas eu quero o meu pão.

Bruna Felsmann

sábado, 21 de julho de 2012

tudo que cabe no silêncio


Nunca me senti tão próxima e tão íntima do meu pai como quando nessas duas vezes: uma num ano novo em Copacabana que só nós dois percebemos o quanto vazios estávamos de ver os fogos estourando, as pessoas se abraçando, e nossos olhos transbordando. Aquela sensação de vazio, de "eu não fiz tudo que queria", e a pior de todas: "tá faltando alguma coisa". A gente só conseguiu se abraçar e chorar de novo baixinho, pra ver se passava, mas acho que vazio com vazio não preenche buraco nenhum. A segunda vez foi quando Amy Winehouse morreu, a nossa Amy. Aquela voz. Aquele cabelo. Aquele bom humor. Eu liguei pra ele e a gente não precisou falar nada, que nem no ano novo. Na verdade, nessas horas a gente não precisa falar muito pra entender, se não chegar ao ponto de não precisarmos falar nada. A gente só chorava. Amor é um jogo perdido, Amy. É, sim. Mas a gente joga. A gente se enche de vazio, a gente se enche de esperanças perdidas, e a gente se achava na sua música. 
Eu não sabia o que ele queria quando deu meia-noite, pelo quê ele chorava. Será que ele sabia que isso tudo ia acontecer? Que hoje estaríamos aqui, não tão felizes ou não felizes por completo, mas seguindo em frente? Será que a gente sabia? A gente sentia?
A gente não é de se abrir, de se contar um pro outro, porque as outras pessoas já exigem da gente demais. Exigem palavras, explicações. Coisas que nem sempre a gente tem pra dar. Isso eu puxei dele. Então todo mundo diz “vai conversar com o seu pai” quando ele tá triste e eu digo “ok”, mas eu na verdade só vou sentar do lado dele e ficar lá. Sem falar. Sem exigir. Sem cansar. Todo mundo merece ter seu momento de tristeza sossegado, quieto, sem muita confusão, gritando a sete mares. E a gente sabe bem disso, eu e ele. A gente conversa de outra forma. A gente se entende de se olhar. E tá tudo bem. 
A gente sabia que a gente não precisa se desesperar mas não dá, somos elétricos demais, e a vida gosta de dar susto na gente. Muitos sustos. 
Se tem uma coisa que eu aprendi com ele sem ele nunca ter tentado me ensinar, é: não fala nada. Dê o espaço que as pessoas precisarem. Às vezes no silêncio a gente encontra mais conforto. A gente sabe de tudo que precisa saber e ninguém precisa repetir. Nós somos dois teimosos e nada que ninguém vá falar vai entrar na nossa cabeça. Todo mundo reclama. Mas a gente só entende quando a gente chega a uma conclusão por nós mesmos. Ainda que essa conclusão seja a mesma que todo mundo tenha tentado enfiar garganta à baixo antes. 
A gente sabe muito bem.
A gente fica quietinho.
Chora baixinho.
Ser triste
Estar triste
É sagrado
É coisa sua
Não vamos falar nada.
E entender tudo.
Isso eu aprendi com o meu pai. E ele nunca falou nada disso pra mim.

domingo, 15 de julho de 2012

um soco e um abraço


Tenho pensado muito em você, mas você não entende.  Eu sei que não adianta perder meu tempo, já me avisaram. Mesmo que eu esteja chateada  eu já te perdoei, porque eu gosto muito de você. Mesmo que eu saiba que o que você me fez não foi tão grave assim,aliás não foi mesmo, eu é que dramatizo demais, posso ter interpretado mal algo que você me disse e aí isso pode ter sido um motivo pra eu me chatear, mas isso passa e a minha vontade de te ver é muito maior. Embora você seja um completo idiota, eu gosto de você e sua amizade me faz falta, mesmo que você não acredite. Não nos entendemos naquele dia porque não estávamos olhando um nos olhos do outro. Mas você continua sendo um babaca e eu continuo te achando completamente retardado, ainda tenho vontade de te dar um soco, mas também tenho vontade de te dar um abraço. Eu sumi, você sumiu e estamos assim. Mas ainda quero que você se renda e que num passe de mágica tenha a consciência de que vacilou comigo e me peça desculpa.  Eu disse que não ia mais atrás e é isso que eu estou fazendo.  Sinceramente não sei o que está acontecendo. Parece que o tempo parou depois da nossa última conversa. Eu tentei, não sei se você percebeu, mas você me mostrou que não estava muito interessado na nossa amizade, foi isso o que entendi, agora não faço mais nada. Como disse Clarice Lispector ''Mas não te procuro mais, nem corro atrás. Deixo-te livre para sentir minha falta, se é que faço falta…''. Pra você não faço mais nada, se quiser me procure, mas olha, queria que você soubesse que eu sinto saudade, de verdade. 

sexta-feira, 13 de julho de 2012

reajustável


eu me mudei recentemente e foi um período caótico. sempre é. apesar da recompensa final, é sempre estressante e te dá aquela vontade enorme de matar alguém ao ver aquelas caixas espalhadas em TODO CANTO. apesar de eu não ser nada organizada e bagunçar tudo, não é no mesmo nível.
eu passei o que pareceram semanas com poucas roupas, sapatos, e quase nada pra distrair. sem mais música alta no quarto, sem mais acordar de madrugada com fome e ir caçar comida na cozinha, sem mais ficar horas no banho, sem mais aquela sensação de casa, sensação de “aqui é meu lugar”. só a sensação de quando você sai de casa e percebe que esqueceu muita coisa.
mas com isso tudo eu aprendi que temos que ser reajustáveis. não digo mudar nossos desejos ou nossos hábitos, mas ter a devida paciência e guardá-los pra outro momento. 
numa viagem, a mesma coisa. até porque nem todo lugar é a sua casa, a menos que você queira permanecer no mesmo lugar a vida toda. 
ser menos acostumado é ser reajustável, flexível; o que te faz uma pessoa muito mais calma por saber conviver em diferentes lugares sob diversas condições. sem frescura. sem estresse. moptop diz “meu desapego é meu sossego, meu botequim”.
aprender a se despegar das coisas materiais dá mais paz, te permite conhecer outros ares e aprender a respeitar o espaço alheio.
ser reajustável é respeitar as diferentes pessoas que vivem no mesmo mundo que você. reajustar seus conceitos, seu modo de pensar e aceitar as pessoas como elas são. entender os diferentes modos de pensar e respeitá-los. uma pessoa reajustável não se incomoda. 
sem confusão: ser reajustável não é aceitar tudo, ser passivo. e sim deixar de “ser fresco” para questões pequenas. as coisas não precisam ser tão complicadas, às vezes a gente é que tá tão dentro da situação que não consegue enxergar muito bem. 
e às vezes eu chego a pensar que ser reajustável é na verdade uma necessidade e não uma opção, porque o resto do mundo não vai mudar por você. 
descomplique-se.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

percebi

percebi que escrevo pouco aqui, preciso encontrar meu muso inspirador
às vezes quando você se sente só, com um vazio por dentro apertando o seu peito. algo está gritando lá, mas você não consegue se mexer. você já não se sente a mesma, tudo foge. tudo mudou. você quer sua antiga vida, mas sabe que deve recomeçar. há um novo caminho a seguir, e esse caminho será muito melhor, pode ter certeza. vai, menina! não tenha medo! o medo não leva a nada de bom. guarde o doce que você viveu, as lembranças voltam com um gosto de mel e há um futuro inteiro para se lambuzar.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

parque de diversões da minha solidão enferrujada


Um apanhador só
Uma saudade imensa
Um monte de tralhas jogadas no chão
A gente ama guardar memórias enferrujadas
Me leva, meu bem.
bem-me-leve
Pega uma bicicleta e vem pra cá
A gente sobe na sucata pra nunca mais voltar
Vem, meu bem
Vem animar o parque de diversões 
da minha solidão
Cheio de figuras ilustres
palhaços
contorcionistas
sucateiros
gente feliz.
Esse parque é cheio de cor
e toda lágrima é contada como piada.
Mas ele não funciona sem você.
Deixa eu sentir o teu perfume de novo,
sentir teu encanto mais uma vez
na roda gigante do meu amor por você.
Meu casaco bege não me protege do frio
me empresta teu abraço preu não me sentir vazio.
Meu bem, eu ouvi seu coração bater
 e foi como se tudo tivesse parado
congelado
se impressionado
com o tamanho do amor.
Seu coração batendo é o único som do qual preciso.
Seu coração é a máquina a vapor que faz o meu parque funcionar.
Deixa eu deitar no edredom que tem seu cheiro 
e sentir como se tivesse me afogado em algodão docê
eu virei uma criança num sonho de você.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

religião e morte, certeza e destino


A religião salva os homens da inquietude e do constante medo da morte. Ela nos traz paz a partir do momento que nos sentimos protegidos e vigiados por alguém, uma força maior que nós, mesmo que seja uma força incerta. Eu prefiro acreditar em algo não concreto e viver em paz que ser cheia de razões e ir dormir temendo a morte.
Meus dias têm sido tão incertos, tudo tem sido tão incerto, que é bom de vez em quando encontrar algo que dê um pouco de paz. Ainda que seja uma pequena condição, um pequeno pensamento que me livre do peso. Como se tudo que fizesse fosse carregar. Carregar essa carga gigantesca de me preocupar demais com os outros, de carregar tudo nas costas, de chorar por coisas que, ainda que não as tenha causado, também não sou eu que as consertarei.
Não fui eu que me disse pra ser assim. Eu vivo procurando justificativas para minhas ações, justificativas tais que me livrem do peso. Da carga. É tão difícil ter a cabeça abarrotada, mas tem gente que nasce assim. Gente que pergunta demais, quer saber demais, questiona demais, tudo mais do que o aconselhável, e se perde no meio do caminho. Se perde até chegar no ponto em que nada faz sentido, nada vale a pena, nada seria agradável.
Eu não consigo decidir porque nada é “decidível”, nada é certo, nada faz sentido. Outra coisa que poderia clarear meus pensamentos: se nada tem sentido, pra quê me preocuparia tanto? Tenho tantos pensamentos e não chego a conclusão nenhuma. Para nós indecisos, afirmar que o somos é uma vitória pois aí sim temos certeza de alguma coisa. Ainda que não tenhamos certeza de nada, na verdade.
E não tendo certeza de nada, sendo guiada apenas pelas coincidências e pela ausência do destino (que eu aprendi que não existe), minha mente fica mais abarrotada ainda.
Nada é predestinado. Coincidência. É o que tudo é. Nada mais, nada menos.
Se você parar pra pensar muito, tudo começa a desmoronar. A verdade é: nada tem um fundamento do qual tenhamos conhecimento. Passaremos a vida toda procurando por respostas que nunca vamos ter, então porque não aproveitar a experiência e continuar vivendo ao invés de seguir atrás do inalcançável, enquanto ainda se pode ser feliz? Aí depende muito do que você pensa sobre o clichê “ser feliz”.

sábado, 28 de janeiro de 2012

início.

E ali, sentada em meio a toda a água, eu descobri que ali era meu começo. Que a minha paz de espírito era grande mais. E que quando você dá leves petelecos na água, várias bolhinhas aparecem pra te dar “olá”, e elas são ainda mais convidativas se você acabou de passar xampú. A água caía do chuveiro e molhava meu cabelo, e o meu pequeno rio ali se formava. Ele desaguava na paz, na quietude. Eu senti como se uma parte de mim morresse, fosse embora junto com a água, como se morrer fosse desaguar... Evaporar. E uma tarde chuvosa, uma roupa quente, um lar, uma paz. Porque esse é um desafio que eu aceitei para que minha vida não fosse chata que nem a de todo mundo: eu iria ter paz mesmo quando tivesse todos os motivos para perder a saúde mental. Porque todos os problemas nada significam, e eu devia estar feliz só por estar viva. Por fazer parte da experiência. O xampú já tinha escorrido de todo o meu cabelo, minha pele cheirava a flores, minha mente cantava amores. O meu mais novo começo ali se formava, um janeiro de sol, mar, água que evapora, vai pro céu e depois volta. Cai que nem a água do chuveiro. Deixa poças no chão que, se você der leves petelecos, formam bolhinhas. A chuva vem anunciar um novo começo. Um novo ciclo. Mas isso tudo eu vi da janela, dentro do conforto da casa. E pensando na quietude da água e que se você pousar a pontinha do dedo nela, uma roda se forma, bem pequena, ao redor do dedo, e fica cada vez maior, fazendo uma roda cada vez maior, anunciando a todo o rio que seu dedo esteve ali. Disse “olá”. E como uma simples atitude tem o mesmo efeito de um dedo na calmaria da água. Tomar uma atitude é colocar o dedo no vazio da vida, e ver a onda se espalhar. Seja um telefonema inesperado, uma surpresa. Qualquer coisa que faça o rio se mover vale a pena ser feita. Qualquer coisa que faça a vida seguir cursos inesperados vale a pena ser feita. Só... vale a pena. Experimentar vale a pena. A gente só passa por aqui uma vez, creio eu. Preocupações demasiadas não valem a pena porque elas passam. O que importa é o que se faz para conseguir a paz aqui. Deixar tudo de ruim morrer, como se morrer fosse desaguar... Evaporar. E dançar na sala como se nada estivesse errado. Aprender a dar foi o que ganhei. Aproveitar a quietude e dançar sem música. Beija-flor no ar. Flores perfumadas e um acorde no violão. A beleza que se vê no menor das coisas. O rio fica lá, a água é que correu. Chega na maré, ele vira mar. Como se morrer fosse desaguar... derramar no céu, se purificar. Deixar pra trás sais e minerais. Evaporar.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Feliz 2012.

Continuar feliz apesar de (...) é melhor que se desesperar, sentar e esperar o pior. Permanecer feliz é o que importa. Problemas sempre vão aparecer, sempre mesmo. O real desafio é continuar sorrindo, mas que esse sorriso seja sincero porque eu e você sabemos que tristeza passa. Ainda mais quando a gente quer que ela passe. Tristeza dá pra afugentar rapidinho, mas quanto mais você deixa ela crescer no coração, mais difícil de tirar. É praga. Praga não é bem-vinda em casa, nem em horta, nem no coração. Por favor, continue feliz pelo bem do seu. Não sei onde eu li ou ouvi, mas sempre guardo uma coisa comigo: felicidade não é um objetivo a ser alcançado, mas um modo pelo qual se deve viver para alcançar outros objetivos. Era mais ou menos assim. E eu tô aproveitando que hoje ainda é 12 de janeiro de 2012, tô aproveitando pra te dizer pra você levar isso com você, porque não tem conselho melhor que eu possa te dar. Pra qualquer problema que você possa me apresentar, eu só te mostro uma solução: siga em frente e permaneça feliz. Algumas vezes a tristeza vem pra gente aproveitar ainda mais os momentos de felicidade, pra valorizar um sorriso ou pra ensinar uma lição. Se você conseguiu sorrir hoje, e ontem, sorria amanhã. Se não sorriu hoje, nem ontem, sorria amanhã. Porque um sorriso é o modo número 1 de ser saudável. Uma mente saudável é o começo de tudo. O começo de tudo é um sorriso. Se você é sozinho, acompanhado, não importa. Aprenda a sorrir por si mesmo e pelos outros, aprenda a ser feliz consigo mesmo. Sorria e comece novos planos, mude o que acha que precisa de mudança, faça o que quer que te deixe feliz. Viva como você quer porque (e eu percebi isso há pouco) você só vive uma vez. Você só tem uma chance de viver como quer. O seu sorriso tá escondido dentro de você. Feliz 2012.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Quando era criança...

Era tão fácil! Não havia preocupações com o namorado, responsabilidade, compromisso. Podia fazer a maior besteira do universo e continuaria certa e sendo protegida pelos adultos, não arrumaria nada da minha bagunça. A infância é como uma rosa: tão leve, tão delicada, pode ter seus espinhos, mas não deixa de ser linda e tão ela! E passa rápido. Quando você percebe já está cheio de problemas de adulto e responsabilidade. E vai se modelando, e assim vai.
Queria escrever um texto que te prendesse do começo até o fim. Um que fosse mágico. Uma crônica, talvez um conto. Um enredo encantador, que marcasse a sua vida e de tudo que você leu, esse texto fosse um dos que mais marcaram. Fosse um que despertasse a sua mente para uma viagem de luzes, cores, lugares, pessoas, sentimentos. E que o viajar da mente fosse surpreendente , emocionante, fascinante! E que você terminasse de ler sorrindo. Fazer um desse não deve ser fácil, mas vai que de repente...

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

poema da flor.

Cê bem que parece com as flores do seu vestido. Leve e delicada que nem. Gentil igualzinho. Cê me faz ter vontade de pedalar até sua rua com um milhão de flores. Lindas que nem. Elegantes igualzinho. Você. Calmas e despreocupadas, flutuando aí pelo vento. Sem você aqui, flor, falta o cheiro de rosa. Falta a delicadeza da pétala. Falta calma na minha vida. Posso pegar minha bicicleta, pedalar até aí, e roubar um pouco de amor? Um pouco de amor da minha flor.