domingo, 28 de novembro de 2010

No Mundo dos Sonhos

''Você só vive duas vezes. Uma vida pra você, uma pros seus sonhos." Temos duas vidas. Uma para nós mesmos. Uma para nossos sonhos. A maior parte do tempo, vivo na minha vida dos meus sonhos. E não tem coisa melhor do que viver nesse mundo dos sonhos. É quase como a nossa novela: nós inventamos o roteiro, nós sabemos o que vai acontecer e cabe a nós fazermos o que queremos fazer na vida real. Imaginar tudo exatamente do nosso gosto, tudo que a gente quer. É tão bom... Mas não tanto. Se deixarmos que esse mundo dos sonhos nos leve de vez nunca mais iremos conseguir voltar pro mundo real, nunca iremos conseguir encarar os fatos, as peças que a vida prega na gente. Nunca estaremos preparados pra enfrentar tudo que a vida tem a nos oferecer, as coisas ruins e as coisas boas.
Já vi gente se afogar, assim, se entregar à esse mundo. De graça. Espera, de graça não. Se entregar à esse mundo é muito bom. Você fazer tudo que quiser fazer, sem riscos nem consequencias. Tenta. É só fechar os olhos. Só não reclame quando voltar à abri-los, e tudo ter passado, enquanto você imaginava o que na verdade você achava impossível, quando não era. Nós nos limitamos muito, muitas vezes, pensando: "não vou fazer isso." Sempre há motivos. Dos quais, mais tarde percebemos, eram banais. O futuro será cheio de decepções, se você fechar os olhos pra sempre.


Malu Wingler e Mari Germano

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Guerra

Ligo a televisão e só o que eu vejo é: mais um ônibus foi queimado, bandidos com armas pesadas, BOPE. Isso é guerra no Rio de Janeiro. Assustador só de ver na televisão, imagine só estar do lado daqueles bandidos, do lado dos tiros, do lado daqueles carros enormes blindados da polícia? Eu já escutei barulho de tiro e não é nada agradável. Imagine aquelas pessoas que vivem naquelas favelas, sem poder sair de casa, sem saber o que fazer. Tendo que ficar presas em suas casas esperando esse caos passar e sem saber quando vai acabar. E a gente sentado no sofá assistindo à isso tudo...

sábado, 20 de novembro de 2010

Um estranho, um táxi e as estrelas

Era alto. Desagasalhado. No meio de toda aquela chuva. Do frio. Eu sentia pena. Olhando da janela.
                Achou uma maquise. Ficou ali por alguns minutos. Enquanto seu olhar triste vagava pelas ruas. Fechei os olhos. Imaginei um táxi. E uma ida salva e seca para casa. Para o estranho na minha rua. Desejei que se tornassem reais. Como que desejar às estrelas. Era o máximo que uma menina. Que nem eu. Poderia ter feito. Desejar. Era só o que fazia.
                Um táxi passara. Seus olhos brilhavam. E enquanto sentava no banco do carro. Por um instante. Através do vidro aberto. Olhara para mim. Sorrira.
                Ficara feliz de poder voltar para casa. Ou onde quer que estivesse indo. Teve até tempo. De fechar os olhos. E a brisa sentir. O taxista reclamara. Seu banco ficaria ensopado. Ele não se importava. Olhava para mim. Pela última vez. Como quem dizia: “Obrigado”.
                Abri os olhos. E o estranho ainda parava. No meio da chuva. Da rua. À esperança de um táxi. Estrelas só tornam reais. Desejos em nossas cabeças.

De repente

Eu definitivamente não sei como isso aconteceu, mas foi assim de repente que você me apareceu. Olha só, até rimou. Foi um susto. Mas alguma coisa estava me avisando que você estava pra chegar.
Depois de uns dias você resolveu invadir meus pensamentos sem permissão alguma! Me fazendo acreditar que você seria pra mim. E eu fico aqui sem resposta. Não sei se posso, não sei se devo...Não sei mais o que é certo e nem o que é errado.
Esses seus olhos que me estudam o tempo todo, sua presença, você sempre perto de mim, você... Me deixa boba.
Pode ser pura fantasia, pode ser tudo da minha mente, mas você mexeu comigo e continua mexendo. Eu realmente conto os dias pra te ver, você me faz ter saudades suas. Argh, que besteira, que tolice!
Mas eu não consigo tirar você da minha cabeça!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Saudade

Do que experimentei e do que vi da saudade, é apenas um fim, que justifica os meios. Se há saudade, houve felicidade. E, vamos combinar, o melhor meio que pode existir é a felicidade. Quem dera se esses fins não existissem! Plantamos todo o afeto, toda aquela felicidade, e aí, vai embora. Ok, nada é pra sempre. Mas já parou pra se perguntar porque?
        Porque saímos à procura de felicidade, trabalhos duro por amizades duradouras, e um dia elas têm de acabar? Porque as viagens chegam, o ano se acaba e o horário de verão também? Saudade não é opcional. Já temos de começar tudo em nossas vidas com a conciência de que vai terminar.
        Não, esqueça isso! Seria horrível, nunca poder se envolver, nunca poder vivenciar nada que envolva outras pessoas, nunca amar, nunca! Nunca? Ahhh.. Prefiro ser feliz agora, e deixar o sofrimento pra depois.
  A saudade é o sentimento mais doloroso e saboroso que existe. A memória também ajuda muito, quando você lembra do que você passou durante um determinado momento, vai lembrando de tudo e tentando fazer com que sua memória reproduza aquele momento o mais fielmente na sua cabeça, como um filme. E aí você pensa que poderia fazer mais coisas, poderia ter aproveitado mais, mas talvez se você tivesse feito mais coisas não seria tão bom do jeito que foi, porque quando você tem saudade é porque o momento foi bom! E quando você chora de saudades é porque ele foi especialmente bom! E esse é gostinho bom da saudade, aquela vontade louca de voltar no tempo. Já a parte ruim é você soluçar de tanto chorar (isso, claro, acontece com pessoas como eu, que choram por tudo e choram muito!).
        Saudade é um fim que justifica os meios.


Mari Germano e Malu Wingler

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

No auge do desejo

Queria estar no meio de toda essa chuva agora. No meio de todo esse vento. Fazendo parte de todo o caos. Que molhe minha roupa toda, que o vento quase arranque meus cabelos. Não quero e não preciso me preocupar se não poderei entrar em casa de tão ensopada, ou se pegar um táxi será impossível. Vou andando, e, qualquer coisa, durmo no corredor.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Podemos falar sobre outra coisa agora?

                Era sempre assim, eu e você. Nunca seguíamos os mesmos caminhos, só haviam desencontros,  e quando achávamos que finalmente um encontro estava por vir, lá no fundo da trilha, era só miragem nossa. E sempre que esses desencontros aconteciam, para amenizar o clima, dizíamos: podemos falar sobre outra coisa agora? Era a nossa tática, um acordo não verbal que mantínhamos, mesmo que sem saber.
                Mas as outras coisas à se falar acabavam sumindo, e os desencontros chegavam novamente. Será que pelo menos uma vez poderíamos parar e nos entender? Ou seria essa guerra pra sempre?
                Paramos para conversar. Já tinha me decidido (por mais que doesse): ou nos entendemos ou eu pulo fora. Mais uma vez caminhos foram considerados e diferentes direções foram seguidas.
                Podemos falar sobre outra coisa agora? Certamente.

domingo, 14 de novembro de 2010

Saudade

É o sentimento mais angustiante que existe! O ano já ta acabando, como pode isso? Se eu lembro perfeitamente das minhas férias de janeiro? Lembro dos primeiros dias desse ano... Tudo passou tão rápido, como é que pode? Fico indignada... Não deveria passar tão rápido assim, deveria ser tudo tão demorado, tão lento e os minutos deveriam passar bem lentamente pra gente aproveitar cada pedacinho de tempo, e depois não reclamar que passou muito rápido. E é aí que eu tenho mais consciência de que a gente deve fazer tudo que a gente quer fazer, antes que o tempo acabe, que a gente deve se divertir, sem medo do que as pessoas vão falar, sem medo das pessoas. Então essa será minha meta pra 2011: aproveitar! E vou olhar pra trás e ver tudo que fiz esse ano, com os olhos cheios d’água, morrendo de saudade de cada momentozinho que ficou pra trás.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Trens como pessoas

Sou uma estação de trem. Trens passam por mim com seus vagões defeituosos, e eu os conserto. Esses trens vêm, com seus vagões quebrados, dou toda minha atenção, e eles vão embora. Alguns trens ficam mais tempo que os outros, mas não tardam à partir. Todos eles voltam um dia, precisando de mais caprichos meus.
                Um dia pendurarei uma placa na minha estação que dirá: “acabou.” Recolherei minhas coisas e partirei, assim como todos os trens. Todos eles voltarão, sentirão falta, sim, mas aí já vai ter acabado. Mas enquanto isso não acontece, traga seu trem com seu vagão quebrado. Eu te conserto e você vai.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Os outros

Aquelas pessoas que a gente sabe que existem, mas não as conhece. Aquele cara que vende sorvete, a moça do cinema, a velhinha sentada num banco do parque, o cara estressado no telefone. Todos eles, os outros, fazem parte de nossas vidas. Você os vê, não mantêm contato, mas sabe que eles estão ali. Respirando, pensando, se preocupando, assim como todos nós, apesar de muitas vezes nos esquecermos disso.
                Esquecemos que se jogarmos lixo no chão, ao próximo isso prejudicará. Esquecemos que o motorista no carro ao lado no trânsito, ao qual xingamos e somos tão mal educados, também tem sentimentos. Nós e nossas manias de pensarmos em nós mesmos o tempo todo! Quer dizer, nós e os outros.
                Os outros, mesmo que não queiramos, afetam nossas vidas, ao menos um pouquinho, assim como afetamos as deles. Porque nós também somos “os outros” pra alguém.

Vento

Continuo achando que o vento nada mais é do que uns espíritos soltos por aí, que passam pra ver as pessoas amadas que deixaram por aqui. Quando bate aquele vento forte de quebrar vidraças, são eles, apressados, morrendo de saudade das pessoas deixadas aqui. Quando ele vem em forma de brisa, é quando já encontrou a pessoa amada, e está apenas matando a saudade.
                Não feche as janelas, não se cubra, deixe o vento entrar quando ele quiser, que quebre vidros e acorde sonolentos com seu barulho estrondante. É por uma boa causa.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Lembranças e Mudanças

É tão bom ouvir daquele amigo ou amiga que você conhece há muuuuito tempo, o quanto ele ou ela sente saudades dos tempos em que vocês eram crianças, é tão bom ver que a pessoa também se lembra do que vocês passaram há séculos. É engraçado ver que depois de um tempo, as pessoas mudam de caminho. Quando eu era pequena eu queria ser princesa como todas as minhas amiguinhas. Hoje é nítido que elas estão seguindo outro caminho. Por exemplo, vou citar duas amigas. Nós éramos bem amigas, uma era mais que outra. A primeira, que foi a minha melhor amiga de infância, se tornou um mulherão, repetiu o ano, até ela mudar de turno na escola ela não ligava muito pros estudos (não sei agora), a gente se afastou muito, mas de vez em quando, quando a gente se fala, a gente sempre se lembra de quando éramos pequenas e brincávamos no play do meu prédio, aparentemente as pessoas acham que ela é antipática e tal, mas como ela sempre diz ‘’A humildade prevalece’’ e prevaleceu, é lindo cutucar o nosso passado, quando éramos felizes e não sabíamos. Já a segunda amiga, era uma gordinha meio desengonçada, meio chata e a gente vivia se implicando. Hoje, ela é uma menina linda, daquelas meninas bonitas de fake mesmo, sabe? Meiga, doce e a gente se dá super bem. Hoje fiquei espantada até quando ela disse que se lembrava do meu pai e de quando ela ia pra minha casa brincar. Não sei se posso a chamar de amiga, mas considero, até porque, quando eu era pequena, eu era muito reservada e calada, o que me atrapalhou muito, pois nunca consegui me destacar. Hoje, eu já perdi 80% da minha timidez e consegui apagar quase todo o meu passado fechado, onde eu só me voltava pra eu mesma. A gente muda, pra pior ou pra melhor, espero lembrar de meus amigos do ginásio e espero que eles se lembrem dessa nerdzinha que sempre emprestava o dever pra todo mundo.

Feliz e não sabia?

Estranho o jeito como tudo muda. Na verdade, nada muda, as pessoas mudam, tomam decisões diferentes do que você achava que tomariam, decidem te deixar ou ficar com você quando você menos espera. Mas essas tais pessoas são seres tão estranhos! Só dão valor quando perdem, e vivem dizendo “naquela época a gente era feliz e não sabia”, sem saber que, daqui há alguns anos, vão dizer a mesma coisa.

Nunca sabem o sentimento que estão sentindo na hora que estão sentindo. Nunca sabem que são felizes quando são. Só sabem que foram, e, conforme o funcionamento de seus planos, o que vão ser ou não. Não estou reclamando, entenda-me bem: se soubéssemos que somos felizes quando somos, tentaríamos não parar de ser, e isso desgastaria toda a graça de ser feliz.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

1!

Enfim, cá estamos com o nosso primeiro post. O primeiro de muitos outros que estão por vir! Esperamos que gostem do blog. 
 Aqui falaremos de coisas que vierem na nossa cabeça, refletindo sobre tudo.
Mil beijos, Mari e Malu.