sábado, 20 de novembro de 2010

Um estranho, um táxi e as estrelas

Era alto. Desagasalhado. No meio de toda aquela chuva. Do frio. Eu sentia pena. Olhando da janela.
                Achou uma maquise. Ficou ali por alguns minutos. Enquanto seu olhar triste vagava pelas ruas. Fechei os olhos. Imaginei um táxi. E uma ida salva e seca para casa. Para o estranho na minha rua. Desejei que se tornassem reais. Como que desejar às estrelas. Era o máximo que uma menina. Que nem eu. Poderia ter feito. Desejar. Era só o que fazia.
                Um táxi passara. Seus olhos brilhavam. E enquanto sentava no banco do carro. Por um instante. Através do vidro aberto. Olhara para mim. Sorrira.
                Ficara feliz de poder voltar para casa. Ou onde quer que estivesse indo. Teve até tempo. De fechar os olhos. E a brisa sentir. O taxista reclamara. Seu banco ficaria ensopado. Ele não se importava. Olhava para mim. Pela última vez. Como quem dizia: “Obrigado”.
                Abri os olhos. E o estranho ainda parava. No meio da chuva. Da rua. À esperança de um táxi. Estrelas só tornam reais. Desejos em nossas cabeças.

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