sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Saudade

Do que experimentei e do que vi da saudade, é apenas um fim, que justifica os meios. Se há saudade, houve felicidade. E, vamos combinar, o melhor meio que pode existir é a felicidade. Quem dera se esses fins não existissem! Plantamos todo o afeto, toda aquela felicidade, e aí, vai embora. Ok, nada é pra sempre. Mas já parou pra se perguntar porque?
        Porque saímos à procura de felicidade, trabalhos duro por amizades duradouras, e um dia elas têm de acabar? Porque as viagens chegam, o ano se acaba e o horário de verão também? Saudade não é opcional. Já temos de começar tudo em nossas vidas com a conciência de que vai terminar.
        Não, esqueça isso! Seria horrível, nunca poder se envolver, nunca poder vivenciar nada que envolva outras pessoas, nunca amar, nunca! Nunca? Ahhh.. Prefiro ser feliz agora, e deixar o sofrimento pra depois.
  A saudade é o sentimento mais doloroso e saboroso que existe. A memória também ajuda muito, quando você lembra do que você passou durante um determinado momento, vai lembrando de tudo e tentando fazer com que sua memória reproduza aquele momento o mais fielmente na sua cabeça, como um filme. E aí você pensa que poderia fazer mais coisas, poderia ter aproveitado mais, mas talvez se você tivesse feito mais coisas não seria tão bom do jeito que foi, porque quando você tem saudade é porque o momento foi bom! E quando você chora de saudades é porque ele foi especialmente bom! E esse é gostinho bom da saudade, aquela vontade louca de voltar no tempo. Já a parte ruim é você soluçar de tanto chorar (isso, claro, acontece com pessoas como eu, que choram por tudo e choram muito!).
        Saudade é um fim que justifica os meios.


Mari Germano e Malu Wingler

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